quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Guitarra clássica - no Brasil conhecida como violão e em Portugal como viola


É uma guitarra acústica com cordas de nylon ou aço, concebida inicialmente para a interpretação de peças de música erudita. O corpo é oco e chato, em forma de oito[2], e feito de várias madeiras diferentes.

O braço possui trastes que a tornam um instrumento temperado. As versões mais comuns possuem seis cordas de nylon, mas há violões com outras configurações, como o violão de sete cordas e o violão baixo, com 4 cordas, afinadas uma oitava abaixo das 4 cordas mais graves do violão.

A sua configuração moderna e desenho foram confeccionados na Espanha. Presente hoje em quase todos os géneros musicais populares, sua abrangência só se compara à do piano. Ao longo do tempo este instrumento sofreu grandes evoluções e, hoje em dia, possui uma grande variedade de formatos e tamanhos, cada qual mais apropriado a um estilo de execução. Entre os géneros que mais utilizam a guitarra clássica estão a música erudita, o flamenco espanhol, o vals peruano, a cumbia colombiana, o joropo venezuelano, as rancheras mexicanas, a MPB, o fado portugués, a modinha, a morna, o choro, a bossa nova, as gaitas, entre outros.

Na língua portuguesa, o nome "guitarra" se aplica ao instrumento acústico ou elétrico indistintamente. No Brasil e em Cabo Verde manteve-se a designação mais comum violão para a guitarra clássica. Acredita-se que o nome derive diretamente do termo "viola", que designa as violas portuguesas, da qual a viola caipira brasileira é uma evolução. Embora possua várias diferenças de timbre e de número de cordas, a viola é muito semelhante em formato à guitarra, apenas menor. É compreensível que, para um leigo, uma guitarra seja apenas uma viola grande. Assim, apesar de referir-se ao mesmo instrumento que a guitarra, a origem linguística do nome "violão" foi o termo "viola", acrescido da desinência de grau "ão".
Mesmo originando-se de um equívoco, o nome violão hoje faz parte do vocabulário de todos os brasileiros e designa de forma inequívoca a guitarra clássica. Muitos compositores e estudiosos tentaram, sem sucesso, fazer com que o termo guitarra voltasse a ser utilizado no Brasil para unificar a nomenclatura a todas as outras línguas. Apenas no século XX o nome guitarra retornou ao vocabulário corrente dos brasileiros, mas apenas para designar a versão eletrificada (guitarra elétrica).

Diversas características do violão o tornam propício ao acompanhamento do canto. Entre elas, a extensão, o volume sonoro, a relativa riqueza harmônica, o baixo custo e o peso reduzido. Isso também o torna o instrumento preferido de alguns intérpretes. Como é fácil de transportar, é comum ver grupos de pessoas reunidas em torno de um violão em festas, bares, praias, estádios, estações de trem ou outros locais ou situações em que as pessoas se agrupam. A execução puramente harmônica para o acompanhamento do canto é facilmente dominada e as revistas com cifras e tablaturas dos sucessos musicais do momento são facilmente encontráveis em qualquer quiosque de jornais. Poucos instrumentos são tão presentes no cotidiano, executados por músicos amadores tanto quanto por profissionais.
No Brasil, apresentações com "um banquinho e um violão", em pequenos espaços, com um cantor se acompanhando ao violão são comuns na bossa nova e na MPB.
A despeito desse valor gregário, em muitas canções, o violão é descrito como o único companheiro das horas de solidão. Os versos de Caetano Veloso em "Tigresa" descrevem um desses momentos:
"E eu corri pra o violão num lamento E a manhã nasceu azul Como é bom poder tocar um instrumento".


Em outros momentos, o violão é descrito como um item essencial sem o qual a vida não teria sentido. Na letra de "Chão de Estrelas", Orestes Barbosa diz que
"(…) a ventura desta vida é a cabrocha, o luar e o violão".


No verso final de "Acorda amor" (Julinho da Adelaide, pseudônimo de Chico Buarque) o marido em fuga pede à sua esposa que não se esqueça de colocar na mala os itens de primeira necessidade:
"Não esqueça a escova, o sabonete e o violão".
Em Cabo Verde, o violão é o instrumento-rei para acompanhar géneros musicais locais, tais como a coladeira, a mazurca e a morna, e pode ocasionalmente ser usada em outros géneros. Para além de instrumento de acompanhamento é também utilizado como instrumento solista.
Em Portugal, para além de ser usado em vários géneros musicais, é o principal instrumento de acompanhamento para o fado (sendo, neste caso, chamado pelos músicos de "viola"), onde a parte melódica é feita na guitarra portuguesa e o baixo feito no violão baixo.

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