Temos, a seguir, um pequeno exemplo da integração cooperação e competição:
O abacaxi do Norte do Brasil sempre foi reconhecido como de excelente qualidade. Motivados pelas condições de solo e clima favoráveis, nos últimos anos, um grupo de pequenos produtores agrícolas migrou para a atividade.
Em 2000, já eram cerca de 150 pequenos produtores. Contudo, com o aumento da produção regional e com o fato do mercado consumidor ser muito pequeno, logo surgiu um grande problema: como vender a produção que já era maior do que a capacidade de consumo do mercado local?
Os pequenos agricultores perceberam que existia um problema comum a todos: ou acessavam novos mercados, ou perderiam grande parte da produção obtida e passariam a conviver com um preço de mercado em declínio (pela super oferta de produtos no mercado local). Também não havia dúvida de que a solução exigia uma maior capacitação das empresas em vendas e marketing - tecnologia que não dominavam e não tinham condições de desenvolver sozinhos.
A solução foi a cooperação. Os pequenos produtores, conscientes de que enfrentavam um problema comum e que somente poderia ser resolvido em conjunto, trataram de consorciar recursos e, com o apoio de algumas entidades locais, criaram uma central de comercialização de abacaxis.
Esta central congrega pessoas com capacidade de vender o produto em mercados distantes e mais exigentes e com a tecnologia de marketing necessária. Desta forma, a central passou a conquistar mercados. Hoje, a fruta é vendida com sucesso em uma grande rede de hipermercados, em Paris.
Casos como este ainda não são tão comuns como deveriam ser, mas sinalizam que existe a possibilidade de pequenas empresas, em condições teoricamente desfavoráveis de competição, encontrarem o caminho do sucesso por meio da integração de esforços e energia. Abraçar a cooperação significa, ao mesmo tempo, gerar novos postos de trabalho, aumentar a renda nacional e progredir na ampliação das exportações, competindo no exterior.
A atitude cooperativa é imprescindível para se obter melhores resultados que, se somados aos esforços de outras empresas, podem influenciar a situação competitiva de todo um conjunto de empresas, como foi visto no caso dos produtores de abacaxi.
É preciso estimular o diálogo entre empresas, trabalhadores, governo, instituições e universidades para possibilitar o incremento deste movimento. O diálogo e o senso de cooperação entre os diversos agentes políticos, econômicos e institucionais são a poderosa ferramenta que o Brasil apresentará para arrancar o desenvolvimento nacional.
Assim, competir e cooperar no seu mercado torna-se quase uma habilidade necessária e não mais diferenciadora. Podemos pensar, então em “coopetição”, uma mistura de cooperação e competição e com isso desenvolver uma nova visão da nossa carreira, dos nossos negócios, bem como estabelecer metas e buscar resultados mais eficazes. Podemos, também, aprender a nos conhecer melhor e conseqüentemente melhorar nossos relacionamentos. Competir e cooperar de forma adequada, possibilita ganhos para todos, eleva a auto-estima e faz com que todos aprendam a celebrar conquistas.
Agora, é cooperar para competir, ou competir para cooperar?
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