segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

O gigolô das palavras - Luís Fernando Veríssimo

Quatro ou cinco grupos diferentes de alunos do Farroupilha estiveram lá em casa numa mesma missão, designada por seu professor de Português: saber se eu considerava o estudo da Gramática indispensável para aprender e usar a nossa ou qualquer outra língua. Cada grupo portava seu gravador cassete, certamente o instrumento vital da pedagogia moderna, e andava arrecadando opiniões. Suspeitei de saída que o tal professor lia esta coluna, se descabelava diariamente com suas afrontas às leis da língua, e aproveitava aquela oportunidade para me desmascarar. Já estava até preparando, às pressas, minha defesa (“Culpa da revisão! Culpa da revisão !”). Mas os alunos desfizeram o equívoco antes que ele se criasse. Eles mesmos tinham escolhido os nomes a serem entrevistados. Vocês têm certeza que não pegaram o Veríssimo errado? Não. Então vamos em frente.

Respondi que a linguagem, qualquer linguagem, é um meio de comunicação e que deve ser julgada exclusivamente como tal. Respeitadas algumas regras básicas da Gramática, para evitar os vexames mais gritantes, as outras são dispensáveis. A sintaxe é uma questão de uso, não de princípios. Escrever bem é escrever claro, não necessariamente certo. Por exemplo: dizer “escrever claro” não é certo mas é claro, certo? O importante é comunicar. (E quando possível surpreender, iluminar, divertir, mover… Mas aí entramos na área do talento, que também não tem nada a ver com Gramática.) A Gramática é o esqueleto da língua. Só predomina nas línguas mortas, e aí é de interesse restrito a necrólogos e professores de Latim, gente em geral pouco comunicativa. Aquela sombria gravidade que a gente nota nas fotografias em grupo dos membros da Academia Brasileira de Letras é de reprovação pelo Português ainda estar vivo. Eles só estão esperando, fardados, que o Português morra para poderem carregar o caixão e escrever sua autópsia definitiva. É o esqueleto que nos traz de pé, certo, mas ele não informa nada, como a Gramática é a estrutura da língua mas sozinha não diz nada, não tem futuro. As múmias conversam entre si em Gramática pura.

Claro que eu não disse isso tudo para meus entrevistadores. E adverti que minha implicância com a Gramática na certa se devia à minha pouca intimidade com ela. Sempre fui péssimo em Português. Mas – isso eu disse – vejam vocês, a intimidade com a Gramática é tão indispensável que eu ganho a vida escrevendo, apesar da minha total inocência na matéria. Sou um gigolô das palavras. Vivo às suas custas. E tenho com elas exemplar conduta de um cáften profissional. Abuso delas. Só uso as que eu conheço, as desconhecidas são perigosas e potencialmente traiçoeiras. Exijo submissão. Não raro, peço delas flexões inomináveis para satisfazer um gosto passageiro. Maltrato-as, sem dúvida. E jamais me deixo dominar por elas. Não me meto na sua vida particular. Não me interessa seu passado, suas origens, sua família nem o que outros já fizeram com elas. Se bem que não tenho o mínimo escrúpulo em roubá-las de outro, quando acho que vou ganhar com isto. As palavras, afinal, vivem na boca do povo. São faladíssimas. Algumas são de baixíssimo calão. Não merecem o mínimo respeito.

Um escritor que passasse a respeitar a intimidade gramatical das suas palavras seria tão ineficiente quanto um gigolô que se apaixonasse pelo seu plantel. Acabaria tratando-as com a deferência de um namorado ou a tediosa formalidade de um marido. A palavra seria a sua patroa ! Com que cuidados, com que temores e obséquios ele consentiria em sair com elas em público, alvo da impiedosa atenção dos lexicógrafos, etimologistas e colegas. Acabaria impotente, incapaz de uma conjunção. A Gramática precisa apanhar todos os dias pra saber quem é que manda.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

"BUENAS TCHÊ!"


E eis que surge lá no FUNDÃO DA ESTÂNCIA,

após se ENTREVERAR mundo a fora,

por várias COXILHAS,

LOCO DE BUENACHO,

o ÍNDIO NOEL,

pilchado e bombachudo
cheio de presentes,

que mais parece um mascate vindo da fronteira,

para novamente celebrar o nascimento

do PIAZITO DO PEITO,

O GAUDÉRIO DOS PAMPAS,

chamado JESUS, filho de D. MARIA,

Imaculada flor de rezadeira,

e do SEU JOSÉ, um carpinteiro loco de bom.

Este PIAZITO lindo veio pra salvá

toda a INDIADA perdida pelas CARRERAS da vida.

Que este Natal, traga PAZ, SAÚDE e PROSPERIDADE,

a todos MARAGATOS, CHIMANGOS e VIVENTES,

DE TODAS AS VÁRZEAS E COXILHAS.

DESEJAMOS A TODOS UM BAITA QUEBRA COSTELA, TCHÊ,

e um 2012 TRI LEGAL e lotado de realizações...

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

FRASES de São Tomás de Aquino

São Tomás de Aquino foi um importante teólogo, filósofo e padre dominicano do século XIII. Foi declarado santo pelo papa João XXII em 18 de julho de 1323. É considerado um dos principais representantes da escolástica (linha filosófica medieval de base cristã). Foi o fundador da escola tomista de filosofia e teologia.

Tomás de Aquino buscou utilizar a filosofia grecolatina clássica (principalmente de Aristóteles) para compreender a revelação religiosa do cristianismo.




"O primeiro degrau para a sabedoria é a humildade."


"Tenho medo do homem de um só livro."


"Para aqueles que tem fé, nenhuma explicação é necessária. Para aqueles sem fé, nenhuma explicação é possível."

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

FRASES de Dalai Lama

‎"É durante as fases de maior adversidade que surgem as grandes
oportunidades de se fazer o bem a si mesmo e aos outros."


‎"Só existem dois dias no ano que nada pode ser feito.
Um se chama ontem e o outro se chama amanhã, portanto,
Hoje é o dia certo para amar, acreditar, fazer e, principalmente, viver!"


sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

O Canal de Saint Martin - J. A. Moraes de Oliveira

Uma aquarela presenteada pelo artista plástico Joaquim da Fonseca levou o colunista J. A. Moraes de Oliveira a escrever uma estória ambientada no Canal de Saint Martin. Começa assim: “Os primeiros ventos do outono chegaram com força, desfolhando os plátanos e castanheiros ao longo do Canal de Saint Martin. Um sedan Mercedes, de modelo antigo, estacionou no calçamento de pedras e um homem alto, de aparência mediterrânea, desceu, caminhando com pressa. Olhou sorrateiro para os lados, antes de entrar pela porta alta da mansarda próxima à Rue des Récollets. Ele carregava uma pesada pasta de couro preto”. Para saber mais, leia “Os longos ventos de outono”.


Na era do visual, a fotografia invade a internet, e a internet invade o mundo. “Vale pensar na importância dada e na seriedade merecida por ambas”, reflete em artigo o executivo Roberto Lima. Ele escreve: “Aliadas e indispensáveis, a internet e a fotografia andam de mãos dadas, mas muito espanta a falta de cuidado com a qualidade ao postar imagens na rede, principalmente em sites comerciais, onde se pretende, através da imagem, vender serviços ou produtos”. Confira em “A importância da fotografia nos sites comerciais”.


quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Felicidade - Lya Luft

Não se preocupem: não vou dar, pois não tenho, receita de ser feliz. Não vou querer, pois não consigo, dar lição de coisa alguma. Decido escrever sobre esse tema tão gasto, tão vago, quase sem sentido, porque leio sobre felicidade. Recebo livros sobre felicidade. Vejo que, longe de ser objeto de certa ironia e atribuída somente a livros de autoajuda (hoje em dia o melhor meio de querer insultar um escritor é dizer que ele escreve autoajuda), ela serve para análises filosóficas, psicanalíticas. Parece que existe até um movimento bobo para que a felicidade seja um direito do ser humano, oficializado, como casa, comida, dignidade, educação.

Mas ela é um estado de espírito. Não depende de atributos físicos. Nem de inteligência: acho até que, quanto mais inteligente se é, mais possibilidade de ser infeliz, porque se analisa o mundo, a vida, tudo, e o resultado tende a não ser cor-de-rosa. Posso estar saudabilíssimo, e infeliz. Posso ter montanhas de dinheiro, mas viver ansioso, solitário. Talvez felicidade seja uma harmonia com nós mesmos, com os outros, com o mundo. Alguma inserção consciente na natureza, da qual as muralhas de concreto nos isolam, ajuda. Mas dormimos de cortinas cerradas para não ver a claridade do dia, ou para escutar menos o rumor do mundo (trem passando embaixo da janela não dá). Tenho um amigo que detesta o canto dos pássaros, se pudesse mataria a tiro de chumbinho os sabiás que alegram minhas manhãs. Um parente meu não suportava praia, porque o barulho do mar lhe dava insônia.
Portanto, cada um é infeliz à sua maneira. Acho que felicidade também é uma predisposição genética: vemos bebês e criancinhas mal humorados ou luminosos. Parte dela se constrói com projetos e afetos.

O que se precisa para ser feliz?, me perguntam os jornalistas. Melhor seria: O que é preciso para não ser infeliz? Pois a infelicidade é mais fácil de avaliar, ela dói. Concordo que felicidade é uma construção laboriosa quando se racionaliza: melhor deixar de lado, ela vai se construir apesar dos nossos desastres. Difícil ser feliz assistindo ao noticioso, refletindo um pouco, e vendo, por exemplo, que as bolsas despencam no mundo todo, os dinheiros derretem, muitas vidas se consumiram por nada, muita gente boa empobrece dramaticamente, muita gente boa enriquece (não direi que os maus enriquecem com a desgraça dos bons porque isso é preconceito burro). Enquanto a histeria coletiva solapa grandes fortunas ou devora pequenas economias juntadas com sacrifício. Obama, de quem ainda sou fã, aparece elegante e pronuncia algumas de suas frases elegantes, mas aparentemente não diz grande coisa porque na legenda móvel embaixo de sua bela figura as bolsas continuam a despencar. Vamos consumir, vamos poupar, vamos desviar os olhos, vamos fazer o quê? Talvez em conjunto gastar menos, pensar menos em aproveitar a vida, e trabalhar mais - mas aí a gente reclama, queremos é trabalhar menos e gastar mais.

Aqui entre nós, vejo uma reportagem sobre a gastança de nossas crianças e jovens. Gostei do tênis azul, do amarelo e do rosa, diz uma menininha encantadora. Ah, e do lilás também. Qual a senhora vai comprar?, pergunta a repórter. A mãe, também encantadora, ri: Acho que todos. Está decretada a dificuldade de ser feliz, pois se eu quero todas as cores. todas as marcas, todos os carros, todos os homens ricos ou mulheres gostosas, preparo a minha frustração, portanto a infelicidade. Na ex-fleumática Inglaterra, bandos de jovens desocupados destroem bairros de Londres e cidades vizinhas. Seu terror são pobreza, desemprego, falta de assistência para os velhos e de futuro para os moços. Não há como, nessa condição, pensar em ser feliz, a gente quer mesmo é punir, destruir, talvez matar. Complicado.

Uma boa rima para felicidade pode ser simplicidade. Ainda tenho projetos, sempre tive bons afetos. O que mais devo querer? A pele imaculada,o corpo perfeito, a bolsa cheia, a bolsa ou a vida? Acho que, pensando bem, com altos e baixos, dores e amores, e cores e sombras, eu ainda prefiro a vida.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

FRASES de Martinho Lutero


"Se você está procurando uma grande oportunidade, descubra um grande problema."


"Deve-se doar com a alma livre, simples, apenas por amor, espontaneamente!"

"A paz, se possível, mas a verdade, a qualquer preço."

"Nada se esquece mais lentamente que uma ofensa e nada mais rápido que um favor."

"Os que se amam profundamente, jamais envelhecem;
podem morrer de velhice, mas morrem jovens."

Análise do ano 2012



Oportunidades do Ano Pessoal 5


Este será um período de mudanças, Fernando. Você estará com uma vontade acentuada de expandir seus horizontes, conforme a simbologia do Número 5 mostra. Aproveite este espírito de aventura para envolver-se com situações desafiantes e explorar novos caminhos em sua vida.

Pelo fato de ter o Número de Motivação 3 em seu Mapa Numerológico você, aprecia a sensação de liberdade, gosta de estar disponível para encontros sociais. Este ano simbolizado pelo 5 poderá, então, lhe fazer muito bem, pois lhe trará oportunidades para se conectar a várias pessoas e desfrutar o prazer da sociabilidade.

Nos próximos meses, você tende a buscar oportunidades para renovar sua forma de pensar e agir, seja por meio de viagens ou estudos. Sua curiosidade aflorada lhe permitirá investigar assuntos que desejava há tempos conhecer melhor. Você poderá expandir a sua capacidade intelectual e a sua maneira de compreender o ser humano e a vida, ao se abrir para essas novas perspectivas.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

AMIZADE

Ninguém é tão forte
que nunca tenha chorado...
Ninguém é tão fraco
que nunca tenha vencido...
Ninguém é tão inútil
que nunca tenha contribuído...
Ninguém é tão sábio
que nunca tenha errado...
Ninguém é tão corajoso
que nunca tenha medo...
Ninguém é tão medroso
que nunca tenha coragem...
Ninguém é tão ninguém
que não precise de alguém
como eu preciso de VOCÊ...

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Pode a morte ser um sono quando a vida é só um sonho - poeta inglês John Keats 1795 a 1821

Pode a morte ser um sono, quando a vida é apenas um sonho,
E cenas de bem-aventurança passam como um fantasma?
Os prazeres transientes parecem como visão,
E ainda pensamos que a maior dor é morrer

Como parece estranho que o homem deva vagar sobre a Terra
E ter uma vida de infortúnios, mas não abandonar
Seu áspero caminho; nem ousar ver sozinho
Sua futura perdição que é despertar.




segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Meu querido filho João Paulo,

Tudo na vida é passageiro assim como: as tristezas e as perdas quanto as alegrias e as vitórias...
Praticar a paciência, perseverar no bem e nas boas ações, ser simples, ter fé e pensamentos positivos, mesmo perante situações mais difíceis, é saber viver e fazer de nossas vidas um constante aprendizado. É ter a consciência de que todas as pessoas erram, de que o ser humano ainda é um ser imperfeito...

Em busca da perfeição e por isso ainda sofre, é saber que se muitas vezes nos decepcionamos com pessoas é porque esperamos mais do que elas estão preparadas para dar...

É muito importante perceber que não é o mais forte que sobrevive as tempestades da vida, nem o mais inteligente, mas o que melhor se adapta às mudanças...

Durante a infância, existe uma fase em que a criança começa a perguntar sobre tudo que está a sua volta. O que é isto? Por que é assim? Por que, por que, por que... Com o passar do tempo, passamos a escolher as respostas que achamos mais adequadas e passamos a criar nossas próprias “verdades”.

Claro que a vida nos dá subsídios suficientes para formarmos nossos conceitos sobre o que achamos certo, errado, melhor, pior, etc...E isto é muito bom! Imagine ficarmos sempre nos questionando sobre todos os assuntos que tratamos durante o dia e nas conversas com nossos amigos. Certo que seríamos vistos como um chato que questiona tudo e ainda acaba, muitas vezes, ficando em cima do muro.

Quantas pessoas interessantes já passaram por nós e deixamos de aprender com elas? Quantas oportunidades perdemos por rotular escolhas como certo e errado? Quantos lugares deixamos de visitar por não nos interessarem a primeira vista?

O que eu quero sugerir é que você faça menos juízos antecipados e leve em conta que sempre existem alternativas criativas para suas decisões. Sem querer ser clichê, existem sim diversos caminhos para chegar ao seu objetivo. E será que o seu objetivo poderia ser diferente?

Você não tem que ganhar todas as vezes. Concorde em discordar...

Sob qualquer circunstância o que realmente prevalece é sermos nós mesmos, nem sempre perdendo, nem sempre ganhando, mas acima de tudo termos visão para seguir a escolha de sermos ainda melhor do que já somos...

Não compare sua vida com a dos outros. Você não tem idéia do que é a jornada deles...


Seja rápido a esquecer qualquer forma de insulto e lento a esquecer a importância de um grande coração...

Não tentes ser bem sucedido, tenta antes ser um homem de valor...

Tudo pode mudar num piscar de olhos. Mas não se preocupe; Deus nunca pisca!

A vida não está amarrada com um laço, mas ainda é um presente...

Tudo que verdadeiramente importa no final é que você amou...

Siga em frente meu filho, Deus abençoe e ilumine seus caminhos!

Beijos e abraços,

Rosane, Fernando, Alice e Fernanda


sábado, 3 de dezembro de 2011

BANDA MOSAIKO UM RITMO ALUCINANTE

Sob qualquer circunstância o que realmente prevalece é sermos nós mesmos, nem sempre perdendo, nem sempre ganhando, mas acima de tudo termos orgulho do que somos...